2006/03/07
Médico (12)
O médico tenta enxaguar com crepes de chocolate a enxurrada de gin tónico e vinho tinto que enfiou no seu corpo. Ao terceiro crepe, a agonia aparece. Não precisa de ver o seu reflexo no vidro do café parisiense, para saber que a sua cara assumiu a cor verde. O empregado, português, enquanto lhe pousa o café na mesa, aponta uma mulher. O médico, vira a cabeça e depara-se com um enorme sorriso, que enfeita um corpo elegante, e que parece despoletar um acenar convidativo de uma mão com unhas longas. Recorrendo a expressões pouco lembradas, o empregado diz-lhe que a mulher está no papo, pois é daquelas de vida fácil. O médico, pousando o garfo, pensa que, para ele, nada é fácil nas mulheres. E presenteia o empregado com uma gorjeta que julga suficiente para a mulher não sair sozinha do café.
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