2006/05/08

Médico (14)

O médico vagueava pelas ruas de Amesterdão, anestesiado pelo que consumiu num Coffee Shop. "I want something very light" pediu ele a um Bob Marley que, sorrindo, lhe entregou uma mortalha estufada. O "very light" revelou-se ainda demasiado "heavy" para ele.
Seguiu as luzes e misturou-se com uma multidão masculina e frenética. Encadeado, embateu contra uma montra. Sorriu, instintivamente, e foi puxado para dentro. Lá, encheu a mão da jovem com todo o dinheiro que tinha, deitou-se na cama e adormeceu instantaneamente.
A luz da manhã despertou-lhe a dor de cabeça. Estava deitado numa esquina. Revistou-se, encontrando o relógio TAG, o telemovel, o cartão do quarto e a carteira, que tinha todos os cartões e algum dinheiro. Ainda pensou em bater na montra para agradecer a seriedade da jovem. Desistiu, quando pensou em quão preconceituoso seria o agradecimento. Rumou ao hotel, pensando a quem poderia contar esta história. Imaginou-se a contá-la ao seu Director Clínico:"Sabe, eu fumei um charro e estava completamente grogue. Entretanto, entrei no Red Light District, bati numa montra, entrei, e dei todo o meu dinheiro à prostituta. DE seguida, deitei-me na cama e adormeci". Riu-se. Riu-se como nunca tinha rido. E esqueceu a dor de cabeça.

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