2006/11/29

Departed

Já vi o Departed mas ainda não acabei de ver A personal journey with Martin Scorcese through american movies. Porquê? Simples:
o primeiro tem legendas, a minha mulher quis ver e tem um título curtinho. O segundo não tem legendas, a minha mulher não quer ver e tem um título muito grande. O que é que o titulo grande tem a ver com o assunto? Simples:
o título é tão grande que quando eu pergunto à minha mulher "Olha, queres ver A personal journey with Martin Scorcese through american movies?", ela adormece antes de eu dizer "through". O que é que as legendas têm a ver com o assunto? Simples:
sem legendas tenho que pôr o som mais alto e com o som mais alto corro o risco de acordar dois terços da minha familia mais próxima. Porque é que estou a fazer sucessivas perguntas, logo seguidas da palavra simples? Simples:
porque não tenho muita coisa a escrever sobre o Departed.
Apenas que 1) é melhor do que o Aviador 2) pelo menos metade dos filmes que vi na vida são melhores do que o Aviador 3) o Nicholson não é, repito, não é o melhor actor do mundo 4) quem achar que o Nicholson é o melhor actor do mundo veja se faz favor 15 minutinhos do Irmãos Inseparáveis do Cronenberg, só a título de cultura geral, porque faz bem a toda a gente saber o que é realmente um actor 5) o filme não é um Tarantino, nem parece um Tarantino 6) vale a pena ver.

Em resumo: um Enke para o Departed.
p.s. classificação:
Excelente=Preud’homme; Muito Bom=Bento; Razoável=Enke; Medíocre=Silvino; Mau=Bossio

2006/11/23

Familia

Já me apeteceu, várias vezes, criticar o Manuel Alegre. Já me apeteceu até insultá-lo um bocadinho.
Mas depois um gajo sabe que o homem é benfiquista, e isto com a familia já se sabe: é sempre mais dificil dizer o que sentimos.

Indignação libidinosa

"(...)É o caso de Joana Amaral Dias: mostra-se preocupadíssima com a proibição, em alguns países europeus, das vestes medievais que os árabes emigrados na Europa obrigam as suas mulheres a usar. Ela, a senhora “bem”, é tão reaccionária e tão inconsistente que não enxerga o que isso tem de descriminação contra as mulheres árabes cujos maridos, pais ou irmãos não andam pelas ruas de carapuça enfiada. (...)
Pergunto: porque é que a Joana, indefectível defensora da opressão das mulheres árabes, não emigra para Teerão e, aí, se passeia em mini-saia para experimentar os ares da “liberdade” árabe em contraste com a “opressão” europeia."

Tomas Vasques in Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos

2006/11/20

O benfiquismo do Santos

Eu não gosto do Santos. Mas não ponho em causa o seu benfiquismo. Que diabo, só um verdadeiro benfiquista conseguiria não ser campeão no Porto com o Jardel a marcar 38 golos.

Olhá piadinha xenófoba (2)

O muçulmano com sentido prático faz sempre as análises durante o Ramadão.

Olhá piadinha xenófoba

- Luisinho, qual é o teu prato favorito?
- Bife com batatas fritas!
- Muito bem. E tu Pedrinho, qual é o teu prato favorito?
- Ovos mexidos com arroz!
- Boa Pedrinho. E qual é o teu prato favorito, Xao Lin?
- É o 26!

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"As pessoas às quais as reportagens da Sic distorcem a voz para lhes preservar o anonimato soam todas como o António Lobo Antunes."

Tiago de Oliveira Cavaco in Voz do Deserto

2006/11/18

Tenho compreensão lenta, é verdade

Percebi finalmente porque é que Scolari sempre convocou Quim para a selecção:
para que Ricardo parecesse um grande guarda-redes.

2006/11/16

Quando o Robin dos Bosques é, afinal, o Xerife de Nottingham

Fernando Serrasqueiro, Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, apresenta-se como um Robin dos Bosques dos tempos modernos, tendo as suas flechas, nesta altura, apontadas à banca. Este ataque (sem aspas) à banca, já foi abordado sob várias vertentes (recomendo a leitura do bem humorado post do jcd no Blasfémias), mas julgo que ainda subsistem pontos importantes a focar.

No caso dos célebres arredondamentos de taxa nos contratos de crédito habitação, e partindo do principio (errado, quanto a mim) que os bancos manterão os spreads, sabem qual o seu impacto real nas rendas dos Clientes? Fiz uma simulação, com um valor de 150.000€ a 30 anos (que não andará muito longe da média do mercado), e com o pressuposto de que os arredondamentos têm um impacto no spread, em média, de 0,0625% (ver explicação em rodapé), e verifiquei que, sem arredondamentos, os clientes têm uma redução de cerca de 5€ por mês, ou seja, e para 30 anos, de 1.800€.
Temos então que o Robin dos Bosques, leia-se Fernando Serrasqueiro, tirou aos ricos, leia-se aos bancos, 1.800€ para dar aos pobres, leia-se todos nós que temos contratos de crédito habitação. Simpático… aparentemente. É que este Robin dos Bosques moderno representa, dentro das suas competências, o Estado, e o Estado, pelo simples facto de um comum cidadão celebrar um contrato de crédito habitação (mais uma vez de 150.000€), cobra:

Cerca de 750€ em emolumentos vários (registos, etc);
2.400€ de imposto de selo de crédito;
900€ de imposto de selo da hipoteca;
Cerca de 4.000€ de imposto de selo sobre os juros;
E mais de 13.000€ de IMT.

Ou seja, cerca de 20.500€, ou, se quiserem, e para 30 anos, 57€ por mês.

Perante isto, Fernando Serrasqueiro não será, afinal, o Xerife de Nottingham?


Nota1: a generalidade da banca pratica arredondamentos ao 1/8 superior. Quer isto dizer que, no máximo, o efeito dos arredondamentos na taxa final é de 1/8 e que, em média, não andará longe de metade, ou seja, 1/16 (0,0625%).
Nota2: tenho mantido uma discussão muito interessante com o RCB sobre esta e outras temáticas relacionadas com a banca, no Economia & Finanças. Este post é mais um contributo.

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Pedro Mexia in Estado Civil

2006/11/15

O que me vai irritando

Dizerem que o Sócrates é de direita;
O Vieira não ter aceite a demissão do Veiga;
Apresentarem os resultados dos Bancos em valor absoluto, e o que pagam de IRC em valor relativo;
A expressão "públicos";
O levantar de ombro do Santos;
O Santos;
Dizerem que o Sócrates é de direita e
Dizerem que o Sócrates é de direita.

2006/11/11

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New World

Terrence Malik é o Sporting do cinema: 3 títulos em 30 anos.
O último, New World, é a versão humanizada da Pocahontas e sem musiquinhas estúpidas.
Colin Farrel faz de militar seboso, depois de ter feito de policia seboso em Miami Vice, de conquistador seboso em Alexandre o Grande e de Agente da CIA seboso em O recruta. Mas, desta vez, faz mesmo sentido que o seu personagem fosse seboso, depois ter passado meses no mar e de ter ido parar a uma ilha onde não se vislumbrava água doce.
A Pocahontas é interpretada por uma míuda que, alegadamente, teria 15 anos aquando das filmagens, e cujo nome não consigo escrever (acho que nem sequer tenho algumas das letras no meu teclado). Aproveito para sugerir que se deleitem a ler a palavra "alegadamente" fora do contexto do Processo Casa Pia.

O filme, tal como todos os filmes do Malik, é algo parado e chato. Mas o mesmo digo eu sobre a minha avozinha paterna - que Deus tem - e eu gostava muito dela.
O Malik é daqueles gajos que sabe tirar som do silêncio e movimento de um quadro. Há quem não aprecie estas merdas. Eu gosto muito.
Um Bento para o New World.
p.s.
classificação:
Excelente=Preud’homme; Muito Bom=Bento; Razoável=Enke; Medíocre=Silvino; Mau=Bossio

2006/11/10

Não viu o concerto do Jamie Cullum?

Então faça assim: tire o cabelo da testa (se o tiver), encontre uma parede de superficie àspera, ou uma esquina pontiaguda, e dê várias cabeçadas consecutivas até desmaiar.
Um concerto que levou um Preud´homme, de caras!
p.s.
classificação:
Excelente=Preud’homme; Muito Bom=Bento; Razoável=Enke; Medíocre=Silvino; Mau=Bossio